Cerca de 2 mil mulheres reunidas no I Fórum Saúde Mulher, em Gramado (RS), começaram a colher assinaturas para a Carta de Gramado, espécie de manifesto que propõe oito linhas de ação que visam a redução da mortalidade por câncer de mama no país. A Carta de Gramado, que foi elaborada por especialistas, representantes de organizações não governamentais, e conta com a chancela da Sociedade Brasileira de Mastologia, foi divulgada no dia 16 passado, no último dia do Fórum que coloriu a cidade de Gramado da cor rosa-choque, símbolo mundial da luta contra o câncer de mama.
O documento, disponível no site do Fórum (www.forumsaudemulher.com.br), apresenta uma lista de oito recomendações referentes a: 1) Acesso a novos medicamentos; 2) Qualidade das mamografias; 3) Grupo de participação na gestão municipal da saúde; 4) Medidas para invalidez; 5) Reconstrução mamária; 6) Acesso universal a exames de prevenção de qualidade; 7) Mobilização social e 8) Readaptação funcional.
O presidente do XV Congresso Brasileiro de Mastologia, José Luiz Pedrini, evento que aconteceu simultaneamente ao I Fórum de Mulheres, afirma que “é parte das funções da Sociedade Brasileira de Mastologia ajudar na elaboração de um documento que possa beneficiar todas as pessoas que necessitam de atendimento nessa área”.
Para o diretor-geral do INCA, Luiz Antonio Santini, “a Carta de Gramado pode ser usada como um instrumento de mobilização com objetivo de reduzir a mortalidade por câncer de mama no país”. Segundo ele, é importante que os gestores se unam a esse movimento e passem a usar de forma sistemática as ferramentas gerenciais disponíveis no Sistema Único de Saúde para o controle da doença.
O Sistema de Informação do Controle do Câncer de Mama (Sismama) é um sistema que gerencia todas as informações decorrentes dos exames de mamografia por paciente. Se um secretário de Saúde quiser saber, por exemplo, quantas e quais mulheres no seu município tiveram resultado alterado da mamografia e ainda não fizeram biopsia, o Sismama fornece essa informação. Ou seja: o sistema pode ser usado para realizar ações que efetivamente podem reduzir as mortes por câncer de mama entre as brasileiras.
O câncer de mama mata cerca de 12 mil mulheres por ano no Brasil, e o país registra 50 mil novos casos todos os anos.
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