Rom Houben escutava e via tudo à sua volta, mas não conseguia se comunicar...
Um erro de diagnóstico fez um homem passar 23 anos consciente e "amarrado" a uma cama, enquanto médicos pensavam que ele estava em coma, na Bélgica.
Rom Houben, que tinha 23 anos quando sofreu um acidente de carro que o deixou completamente paralisado, foi submetido a vários exames normalmente utilizados para diagnosticar o coma, baseados em respostas motoras, verbais e oculares.
Ele, no entanto, escutava e via tudo o que acontecia à sua volta, sem conseguir se comunicar com médicos, familiares e amigos.
Apenas alguns meses atrás, exames com aparelhos de tomografia de última geração mostraram que seu cérebro estava funcionando de maneira praticamente normal.

Houben foi então submetido a várias sessões de fisioterapia e agora consegue digitar mensagens em uma tela de computador.
Um aparelho especial colocado sobre sua cama permite que ele leia livros mesmo deitado.

"Frustração é uma palavra muito pequena para descrever o que eu sentia", afirmou, Houben, que deve permanecer internado em uma clínica perto de Bruxelas.
O neurologista Steven Laureys, que liderou a equipe que descobriu a situação de Houben, publicou um estudo há dois meses alertando que muitos pacientes considerados em estado de coma na verdade podem estar conscientes.
"Apenas na Alemanha, a cada ano, 100 mil pessoas sofrem de traumatismo cerebral grave. Estima-se que de 3 mil a 5 mil deles se mantêm presos em um estágio intermediário entre o coma verdadeiro e a total recuperação de seus sentidos e movimentos. Eles seguem vivendo sem nunca mais voltarem", disse Laureys, chefe do Grupo de Coma do Departamento de Neurologia da Universidade de Liège.
Fonte: G1, Sky News
Nota: Ao ler essa notícia, fiquei imaginando o que esse homem ouviu durante os 23 anos em que todos achavam que ele encontrava-se em estado de coma, sem ouvir e sem ver nada.
Ressalto a importância do cuidado e do respeito em que a equipe de enfermagem deve ter, com todos os pacientes, estando este lúcido ou não, e até mesmo após a sua morte. (Rafael Netto)
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